O último sábado, dia 23 de setembro, foi marcado pela realização de uma verdadeira força-tarefa que contou com a participação da Força Aérea Brasileira (FAB) e equipes da Santa Casa de Fernandópolis e Hospital de Base de São José do Rio Preto, tudo em prol de salvar vidas.
A doação de órgãos foi autorizada pelos familiares de um homem de 45 anos, morador de Mesópolis, que sofreu um acidente vascular cerebral hemorrágico e estava a três dias na UTI da Santa Casa.
Após verificada a morte encefálica, a equipe do Hospital e a Comissão Intra-Hospitalar de Transplante (CIHT) iniciou o protocolo, acionando a Organização de Procura de Órgãos (OPO) de São José do Rio Preto e a Central de Transplante, com sede na cidade de São Paulo.
Identificados os órgãos viáveis para o transplante e, havendo a autorização dos familiares, foi realizada a captação, sendo os rins e o fígado destinados às cidades de São José do Rio Preto e Campo Grande/MS, respectivamente. Os procedimentos duraram cerca de quatro horas e envolveram equipes de Fernandópolis e de Rio Preto.
Com o suporte logístico da Força Aérea, que deslocou uma aeronave e equipe de transporte até o aeroporto de Votuporanga, foi possível a doação do fígado ao receptor sul-mato-grossense.
A DOAÇÃO
Há três tipos de doação. Uma é feita por doadores vivos, que somente podem doar órgãos duplos ou partes de órgãos, em que a retirada não causa danos ao doador, como a de medula, rim ou de parte do fígado. Outra é feita por pacientes que evoluíram para a morte encefálica, mas que os órgãos continuam em funcionamento, podendo doar coração, pulmão, fígado, pâncreas, intestino, rim, córnea, veias, ossos, pele e tendão. Há também a feita por pacientes que tiveram a parada do coração e que podem doar córneas, pele e ossos.
Para que a doação seja efetivada, o desejo precisa ser consentido por algum familiar de até 2º grau, de acordo com a legislação brasileira de transplantes. Uma única pessoa pode ajudar a salvar mais de dez vidas. O grande desafio é a efetivação do ato, já que, no Brasil, cerca de 44% das famílias não aceitam doar os órgãos dos parentes.
APOIO LOGÍSTICO
Com um decreto do governo federal em junho de 2016, determinando a reserva permanente de aeronaves da FAB exclusivamente para o transporte de órgão para transplante, o número de órgãos transportados cresceu 3.440%, segundo dados do Sistema Nacional de Transplantes (SNT), ligado ao Ministério da Saúde.
DENER BOLONHA – Jornalista MTE 67.400/SP