Focado no reuso da água utilizada no enxague do setor de Lavanderia, o trabalho foi desenvolvido por uma colaboradora do Hospital.
A sustentabilidade já foi algo do futuro, porém, a atenção sobre este tema já se torna algo presente em nosso dia-a-dia. Pensando na possibilidade de adoção de medidas de preservação do meio ambiente, uma colaboradora da Santa Casa Fernandópolis desenvolveu sua tese de Mestrado abordando sobre a possibilidade de implementar um sistema de reuso de água.
O estudo foi desenvolvido pela colaboradora Laiane Cládila de Lima Gilioti, para a obtenção do título de Mestre em Gestão e Regulação de Recursos Hídricos pela Universidade Estadual Paulista (UNESP), sob a orientação do Prof. Dr. Mauricio Augusto Leite.
Atualmente o Hospital consome uma média de 2,6 mil m³ de água, sendo que a Lavanderia Hospitalar é responsável por cerca de 40% do consumo total e os resíduos gerados após o processo são direcionado à rede coletora de esgoto e tratado na ETE (Etapas de Tratamento de Esgotos) do município.
“Existe um grande potencial para reuso de água nos hospitais, que além de promover a economia recursos financeiros e naturais, contribuem na racionalização sobre o consumo entre seus colaboradores e a população em geral. No entanto é importante que este processo seja realizado com cuidado, a partir de testes e dados legais que assegurem a eficiência e o resultado das ações”, garante Gilioti.
Pensando na preservação dos recursos hídricos, a pesquisa levanta a possibilidade do reuso da água, como uma técnica capaz de otimizar o atendimento à demanda do Hospital, destinando a sua aplicação conforme os usos predominantes e a qualidade desejada, ao invés de destiná-los ao sistema público de esgoto. “Foram coletadas amostras dos efluentes, para a análise. Após ser testado os parâmetros físicos, químico e biológicos, apresentaram excelentes condições para o reuso”, explica Laiane.
Com base no estudo, concluiu-se que aproximadamente 38% do efluente gerado após as lavagens dos enxovais poderá ser utilizado para reuso. Uma solução encontrada foi apresentar um sistema de tratamento que pode ser instalado na própria instituição, atendendo aos requisitos de qualidade, segurança e bases legais. Outra iniciativa foi a elaboração de um manual de orientação para o reuso de água no setor hospitalar, com diretrizes e modelos práticos do processo de implementação das ações.
Para o provedor da Santa Casa Fernandópolis, Marcus Chaer, o desenvolvimento do trabalho acadêmico amplia o comprometimento da instituição com a responsabilidade social. “Este estudo traz um novo olhar à nossa Santa Casa, demonstrando que podemos adotar ações que vão beneficiar o meio ambiente e, por conseguinte, nossa comunidade, além de reafirmar nossa qualidade como Hospital de Ensino, que preza pelo desenvolvimento cientifico e acadêmico em todas as áreas do conhecimento, não somente da saúde”, conclui o provedor Marcus Chaer.
ANY ANDRADE – Estagiária de Jornalismo