As medidas visam ampliar os serviços do Hospital e proporcionar acessibilidade.
Buscando sensibilizar e orientar os colaboradores sobre a importância da construção de uma identidade inclusiva, a Santa Casa Fernandópolis tem implantado ações voltadas à comunidade surda.
No mês de julho, colaboradores de setores estratégicos do Hospital iniciaram a participação em um curso de introdução à Libras (Língua Brasileira de Sinais) ministrado pela colaboradora Eloá Fernanda Stefani Topan, permitindo a inclusão dos colaboradores surdos, além do desenvolvimento da humanização e a quebra das barreiras do preconceito.
“A humanização dentro do ambiente organizacional e principalmente em uma instituição hospitalar é um processo que precisa ser visto como indispensável. Precisamos entender que todos os colaboradores fazem parte do resultado final, cada um com sua competência e atribuição. Diante disto, identificamos a necessidade do curso de Libras, para incluir os nossos colaboradores, e consecutivamente nossos pacientes”, expôs a psicóloga organizacional do Hospital, Roberta Oliano.
Com o intuito de proporcionar acessibilidade e igualdade, a comunicação oficial da Santa Casa também passou por adaptações. Foi adotada a inclusão de legendas em língua portuguesa ou a tradução para Libras, nos vídeos publicados nas redes sociais.
O site oficial da instituição também recebeu uma ferramenta de acessibilidade, o sistema VLIBRAS, que possibilita a tradução dos conteúdos digitais para a Libras, tornando computadores, celulares e plataformas Web acessíveis para pessoas surdas. O sistema é resultado de uma parceria entre o Ministério da Economia e a Universidade Federal da Paraíba.
INCLUSÃO
Colaboradora da Santa Casa desde 2015 e formada em pedagogia, é a primeira vez que Eloá Topan ministra o curso dentro de uma instituição hospitalar. “Vinha preparando material para o curso, mas devido à COVID-19 tivemos que adiar, porém o interesse de nossos colaboradores em aprender a Libras fez com que retomasse este projeto, o que me deixou muito empolgada. Estou extremamente feliz com todas as ações de inclusão que têm sido implantadas em nosso ambiente de trabalho, pois, infelizmente, na maioria das empresas, os surdos são deixados de lado, não são chamados para participar de reuniões, tem poucos diálogos com os funcionários, poucas explicações são transmitidas a eles, bem diferente daqui. Sinto que não estou sendo deixada de lado”, ressaltou.
LIBRAS
A Libras é uma língua natural, criada para promover a inclusão social de surdos e deficientes auditivos. Foi reconhecida pela Lei nº. 10.436 como uma das línguas oficiais do Brasil, regulamentada pelo Decreto nº. 5.626/2005. A língua de sinais, que utiliza gestos para sua comunicação, é diferenciada da linguagem comum pois é marcada por movimentos realizados com as mãos e combinados com expressões faciais e corporais.
Aprender Libras hoje, é fundamental para o desenvolvimento nos aspectos social e emocional, não apenas do deficiente auditivo, mas também de todos que fazem parte do seu convívio. Ainda assim, o ensino da língua de sinais é bastante precário no Brasil. Muitos deficientes auditivos aprendem a linguagem em centros voltados exclusivamente para pessoas com deficiência. No entanto, algumas medidas têm sido tomadas com o objetivo de inserir a Libras de forma mais eficiente na sociedade.
ANY ANDRADE – Estagiária de Jornalismo