Nos últimos meses, a Santa Casa Fernandópolis registrou um alto índice de internações por conta da desidratação de idosos. Apesar deste mal atingir pessoas de todas as idades, nos idosos pode ser mais perigosa, se manifestando em maior frequência, pois muitos dependem de um cuidador ou uma segunda pessoa para ofertarem líquidos, além do uso de medicação para pressão alta ou problemas cardíacos crônicos que são da classe dos diuréticos e, numa situação clínica de desidratação, acabam potencializando tal efeito.
As variações de temperatura têm mais impacto nas pessoas com idade avançada, com exagero de calor ou frio em excesso devido a pele ser mais fina. Como consequência desse desequilíbrio de temperatura corporal, a sensibilidade dos receptores que controlam a sede é alterada. Ao perder líquidos e ingerir menos água, os idosos ficam sujeitos à desidratação que podem causar problemas graves, como tonturas, pedras nos rins e até perda da função cognitiva.
“Queremos ressaltar que quando um idoso, ou a pessoa de qualquer idade, não conseguir se alimentar ou beber líquido, deve ser levado o mais rápido possível à uma unidade de saúde para ser avaliado por um médico para receber a hidratação endovenosa”, afirma a médica Liliany Pinhel Repizo Nitani, especialista em Nefrologia.
A desidratação é reconhecida apenas quando a situação já está grave, causando desmaios ou uma queda de pressão. Quando isso acontece, o idoso necessita de cuidados o quanto antes. Outros sintomas consideráveis costumam ser perceptíveis na aparência física, como olhos fundos, olheiras, boca e pele secas além do cansaço excessivo, a tontura, fraqueza e perda de apetite.
É comum idosos não sentirem vontade de beber água. Para aumentar a vontade de ingerir líquidos, vale a pena apostar em opções variadas como sucos naturais, chás, pois costumam ser mais atrativos do que a água. O preparo de águas saborizadas pode ser uma opção para sair um pouco da rotina, mas é essencial evitar refrigerantes e sucos industrializados com altas quantidades de açúcar. Alguns alimentos têm grande quantidade de água, como melancia, laranja e melão além de serem cheios de fibras e vitaminas importantes para a saúde. No verão, picolés de frutas podem ser feitos em casa, como água ou água de coco como base, no inverno as sopas são as melhores opções.
“É importante ressaltarmos que casos graves de desidratação que levam a insuficiência renal aguda, quando os rins param de filtrar, o que pode gerar maior mortalidade destes pacientes. Por isso fica o alerta sobre a importância de beber água e não atrasar a procura ao atendimento médico em casos de desidratação”, alertou a médica.
ANY ANDRADE – Estagiária de Jornalismo